domingo, 19 de outubro de 2014
Da janela.
O barulho das garrafas abrindo, o suor do lado
de fora. O calor do lado de dentro, o barulhinho das bolinhas de gás subindo.
No fundo como trilha sonora os pássaros que dominam o lugar dos grandes
comércios nos finais de semana. Mesa no meio da avenida, sorriso nos outros o
leve barulho de algum jogo na tevê do bar.
O brilho alaranjado de fim de tarde da o toque a cena do que chega mais
perto da sensação de maresia praiana em meio aos morros mineiros.
Nas ruas agora já com clima de fim de festa, fim
de feira, fim de tarde. Tem uma tranquilidade fora do comum de seus dias
conturbados, popularmente chamados de segunda a sexta. Hoje não, hoje o dia é
da preguiça e ninguém pode tirar isso dela. Hoje dá pra se ouvir a vida de uma
janela que geralmente só escuta a corrida de todos contra todos.
Aqui reina-se uma paz que muitos não percebem ao
passar andando apressados entre o concreto e as árvores. Esse interior, que
quer ter cara de cidade grande, mas que nos conquistou foi justamente por não
conseguir.Essa São João que de pouquinho em pouquinho, colocou a semente do
quero mais. E é por cada tarde preguiçosa, essa proteção das serras e aquele
sotaque que só quem é do interior tem que a gente até pensa em ficar mais.
Sarah Evelyn - Graduanda em Jornalismo na UFSJ
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