Talvez a culpa seja do tempo.

 Você já viu o céu hoje? Pequenos prazeres da vida que vão se perdendo em meio a ela, o porque ainda não se sabe a resposta, talvez colocaram a culpa no tempo. O sorriso da moça que passou por você na rua. A criança que brincava sorrindo com um cachorro, o moço que andava de bicicleta, a roda de amigos na mesa de bar de baixo desse sol quente. São pequenas coisas que desaprendemos a reparar, afinal manter atenção a tudo requer mais esforço do que estamos dispostos a fazer. Provavelmente não, mas nos perdemos dentro do mundo que criamos e nos esquecemos de olhar em volta.

A ultima vez que dançou sem se preocupar com o amanhã, simplesmente sentindo o momento  de forma plena. Das risadas desprendidas, das pessoas novas achadas e dos olhares por deveras vezes trocados. Dos abraços e beijos tímidos, bêbados, e até quem sabe apaixonados. Essa imensa vontade de vida, incontrolável, pulsante de tão real tenho quase certeza que ela é palpável. Lembra-se?

A cena não vista perdeu-se em meio a tantas outras em quanto você passava preocupado de mais pra reparar. O olhar não foi achado, o abraço não foi apertado e o beijo tomara que só tenha sido adiado. No final dessa nossa correria tudo ganha o status de ser importante de mais e as pequenas coisas, infelizmente, são tachadas de pequenas mesmo. Pobre do infeliz que não sabe a diversão que está perdendo. 

Então só pra não ter mais essa confusão, da próxima vez que sair de casa de o seu sorriso e admire o que está a sua volta, pois a capacidade humana de se admirar pela vida isso “preocupação” nenhuma tem o direito de tirar. Se admire mais, viva mais, respire mais. Faça mais história, pare de colocar a culpa nesse tal de tempo, depois você conta como foi.