Postado por: Giro do Wal quinta-feira, 23 de julho de 2020

FREQUÊNCIA EM HERTZ

Em qual frequência você tem vibrado?


Nos últimos anos, não tenho conseguido ficar parada, mesmo sabendo que as pausas são necessárias. Eu sempre as encontro de outras formas, como no prazer em ter cumprido pequenas tarefas que me proponho a fazer. Tenho uma necessidade exaustiva de estar inventando moda, como dizem...
Sempre gostei de divulgar informações, mandar mensagens aleatórias de coisas que me lembre das pessoas. No processo de criação não penso muito diferente, sempre penso várias referências e gosto de trazer um monte de gente junto, mesmo que virtualmente. 
Pensando nessa ausência física das pessoas, pelo momento que estamos vivendo, Frequência em Hertz é um trabalho de dança que possibilitou uma criação e produção totalmente virtual através de trocas por mensagem, e-mails e chamadas de vídeo entre os criadores. 
Considero o trabalho uma provocação para nos atentarmos em como estamos neste momento, ainda que cada um em sua região ou estado pessoal que se encontre. 
O que temos feito com essa pausa forçada (para quem pode pausar)? E quem não pode? Em que frequência tem vibrado?  Como temos mantido a nossa saúde física e emocional, a nossa capacidade de criação artística e nos reinventado a cada dia que parecem o mesmo? 

Foi uma forma de nos conectarmos através da dança pessoal de cada um, da memória que cada corpo traz momentânea e possivelmente as marcas posteriores que ficarão de uma pandemia em pleno século XXI. Ainda que haja tanta tecnologia nas mais diversas áreas, fomos surpreendidos.

Juntando artistas e simpatizantes da arte em diversos cantos e regiões, cada um com sua particularidade regional e pessoal, como dito anteriormente, brincamos com nosso corpo como instrumento de emanar boas energias para todas as regiões. Quando caminhamos juntos somos mais fortes e podemos superar qualquer adversidade.
Criamos um palco virtual, nossas casas ou espaços habitados por nós, para suprir momentaneamente essa falta que acredito ser de muitos colegas artistas.
Frequência em Hertz é uma onda vibratória para nos conectarmos uns aos outros neste momento.
Você é nosso convidado!

AGRADECIMENTOS:
@danielrosa @danielamelo  @dickfarneypinheiro @geivianemelo  @gisellemara  @girodowal @glauciaoliveira @Julianamonteiro @paulonepomuceno

DANÇARINOS:
Felipe Trindade - Palmas/TO
Seraphim - Belo Horizonte/MG
Lis e Theo - São João del Rei/MG
Lucimélia Romão e Gardênia Monteiro - Santo Hipólito/MG                                                                      Priscila Silva - São João del Rei/MG
Priscilla de Seixas - Caxambu/MG
Raissa Bambirra - Sete Lagoas/MG
Paulo Augusto - São João del Rei/MG
Raruza Kiara - Barbacena/MG
Seraphin - Belo Horizonte/MG
Walfredo Júnior - São João del Rei/MG
William Francisco - Muriaé/MG

Trabalho coletivo e produção totalmente virtual
Edição: Seraphin

DEPOIMENTOS:

“Tenho vibrado na frequência da esperança e do autoconhecimento. Esperança em dias melhores, esperança em seres humanos melhores. É também autoconhecimento, pois tem sido um momento de muitas reflexões e de olhar "pra dentro", de tentar me aperfeiçoar em algumas áreas da vida.”.
Elizabeth Vigorito, Barbacena/MG.



“Tenho tentado controlar minha ansiedade, tem dias mais difíceis e outros mais fáceis, mas são dias ruins. A tentativa para sair para fora dessa história pandêmica é imensa, mas tudo acaba trazendo o assunto para o seu dia a dia, seja na tv, no celular, ao sair na rua, nas reuniões virtuais... Espero que tudo isso passe logo, mas promovendo segurança a todos.  Não sei se muita coisa mudará, espero que sim. Espero que as pessoas valorizem mais umas as outras, que o poder público repense seus meios de distribuição de renda, que empresas sejam mais solidárias é que o mundo tenha consciência de que somos uma cadeia e que TODOS dependem de TODOS.”
Diego Matos, São João del rei/MG.

“Tenho sentido um pouco de medo ainda, Mas me sentindo bem e com fé que no final tudo se resolve.”
Mary Ab, Manhuaçu/MG.

“Sentido pressa, com medo”. “Esperando tudo isso passar.”
 Lucineia Ferreira, São Paulo/SP.

Angustiada às vezes triste às vezes feliz... Muito ansiosa com todos esses acontecimentos quero que tudo isso passe logo 🙌🏻🙏🏻Meus filhos tão me deixando loka que volte logo às aulas. 😂❤
Daiane Pereira, Barbacena/MG.

“Tenho me sentido confuso com tanta informação e desinformado pela ausência da verdade. Não espero nada, ainda mais no Brasil, que vai de mal a pior, ética e politicamente.”
Daniel Rosa, Pará de Minas/MG.

“Às vezes tenho vontade de sair correndo; sinto-me impotente. Às vezes, mas sinto extremamente bem, afortunada e agradeço muito".
Juliana Monteiro, São João del Rei/MG.

Nesses tempos de pandemia eu percebi que podemos vibrar de muitas maneiras, mas algumas formas são coerentes com a realidade e outras não passam de delírio. Adaptar-se não é problema para mim, a transformação é necessária e conviver com mudanças possibilita que vibremos de inúmeras maneiras, compreendendo o espaço-tempo que vivemos e como podemos ocupá-lo e transformá-lo! Não nego a ciência fatídica e valorizo a arte - vida. Vibro com alegria, esperança, sensatez, indagação, cautela, reflexão e compreensão!
“Júlio César Campagnolo, Jaú/SP.


É um turbilhão de emoções na verdade, estamos de março em quarentena [...] estava desesperada de eu e meu filho ficarmos dente, e aí, e quem cuidaria dele se eu ficasse doente? Eu explodi, dei uma surtada com isso, depois que mudamos foi um turbilhão de emoção tanto eu quanto ele. Não ter contato com ninguém tem deixado a gente bem emotivo. É o tempo todo assim “mamãe, vem cá mamãe!... vamos brincar mamãe”. É muito doido ter que dividir em mil o tempo todo, não estou ficando louca pela limpeza, mas preciso me dividir entre ela, limpar as coisas, trabalhar, brincar com o Theo cuidar de mim... lidar com tudo isso e também me permitir a fazer nada. [...] precisei pedir para ele brincar só porque ontem não dei conte. Quando possível levo ele no morro do Cristo com todos os cuidados. não sei onde está minha vibração, minha frequência, não sei como está. Vibrando como um terremoto que da uma calmaria e balança de novo. O mais difícil de tudo é imaginar que isso vai ficar assim até o fim do ano. E é muito difícil também pra mim ver pessoas curtindo, vai vive a vida normal....ir na casa de outras pessoas porque eu não estou nem me permitido ir na casa de ninguém, falar de ninguém, isso da uma pirada porque resguardo a vida dos outros e a nossa e quando que eu vou voltar a minha vida normal? Quando que eu vou sair livremente. Tem sido pesado esses pensamentos assim, é doloroso, doloroso demais. Imaginar que talvez só no fim do ano vamos conseguir uma vacina, talvez ano que vem. Tô acolhendo meu filho o tempo ele me acolhe também, é um anjo da minha vida, nem sei como seria sem ele aqui, mas eu também preciso ser acolhida. [...] o que a gente mais necessita é de abraço... de abraço...abraço Tu sabe o quanto que eu abraço... o quanto que eu sou pegajosa... tem sido muito difícil não ter contato físico com as pessoas.
“Lis Feitosa, São João del Rei/MG.


[23:34, 17/07/2020] Dear Jhon: Eu ñ sei mt bem, mas acho q meu existir dos últimos tempos parece uma miscelânea de emoções
[23:35, 17/07/2020] Dear Jhon: Ao som de Passenger e alguns longas de dramas e chás e infusões aromáticas.
[23:35, 17/07/2020] Dear Jhon: Tô nesse mood eterno
[23:35, 17/07/2020] Dear Jhon: Tem dia que também quero correr e gritar p ver se alguém (me) ouve. Tem dia q só passo pensando na última vez que comi para saber se tá na hora de comer outra vez. As idas no super já não são mais as mesmas, inclusive são evitadas. Tenho ensaiado a minha ida p minha cidade (coisa que devo fazer nos próximos dias). Nossa, eu não sei mesmo responder uma pergunta, 
 você que lute?
Jônatas Feix, São João del Rei/MG.

Me sentido??? Numa constante busca de sentido pra esses dias, esse tempo; um tanto deprimido e sempre reforçando a importância de manter a serenidade e a crença de que tudo vai melhorar, e às vezes sinto que estou a me enganar. E sobre a espera? Na verdade a única espera é de que saiamos melhores disso, ao menos no querer.
Marcos Paulo, São João del Rei/MG.

Eu to bem, desde que começou o isolamento eu logo adaptei minha rotina. Exercícios físicos em casa todos os dias, momentos em família por vídeo chamada. Eu já sou muito caseiro né. O medo já passou agora. Mas sigo me cuidando.
Rafael Trevisan, Apucarana/PA.

“Me senti muito distante das pessoas e até de mim mesma por um período 
Mas como tô trabalhando normalmente, acabei me acostumando e estou sentindo como "normal.” 
Maria Ferreira, Juiz de Fora/MG.

Esta é uma pergunta que não pode ser respondida com simplicidade, muito menos de modo permanente, mas para a qual é possível olhar com clareza. Um problema de saúde pública que se apresentasse por meio de complicações respiratórias estava previsto pelos cientistas a um bom tempo, informação que só obtive depois de instaurada a situação.  Por outro lado, sou cônscia desde o ano de 2016 de  que há um projeto de desmantelação de políticas de cunho democrático, voltadas para o proporcionamento de bem estar social ao povo brasileiro, projeto este que se delineou com a retirada da presidenta, com a aprovação da PEC da morte, com a veiculação de notícias mentirosas, com a morte da preta insubmissa, com a construção do herói, do pai da nação pela mídia e da eleição do doente boçal para nos dirigir. Desde aí uma série de outras confirmações do despreparo e descaso com o povo e o público se materializaram em abordagem medíocre diante do enfrentamento do novo vírus.  Números absurdamente altos e um pico que nunca vem. Assim sendo, posso dizer que estou grata por não ter perdido a vida nem alguém da minha rede mais próxima mas lamento profundamente a a morte de cada brasileirx e  padeço do risco eminente de que isto aconteça a qualquer momento.
Joyce Lopes, São João del Rei/MG


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