Está aberta a temporada de textos e declarações. Eu já tive alguns casos de amor, mas esse com a Serra São José está ficando sério. Começou com eu sempre recusando esse encontro, subir a Serra me parecia grande demais. Aquele relevo visto de baixo me assustava. Até a primeira vez, naquela semana que decidi enfrentar meus medos e fui. Subi. Ai, que paixão à primeira vista. Daquelas que a troca de energia é tão grande que te faz sonhar o dia todo. Que te faz mandar mensagens para os amigos e contar a novidade, subi a Serra. Tão equivalente a um beijo lento e demorado. Eu precisei tirar os sapatos e sentir a terra nos pés, mesmo o caminho sendo cheio de pedrinhas pequenas que vez ou outra machucam ao pisar. Mas tudo bem, eu nunca tive pé de mocinha mesmo. Eu precisei parar e olhar para trás, precisei ver o que já havia caminhado e claro, precisei recuperar o fôlego. E foi quando fiz isso que me dei conta do silêncio que me cercava. Barulho só se for dos grilinhos escondidos no mato. Eu sempre subo a Serra de um jeito e desço de outro. Desço cansada, suada, com fome e com uma energia maravilhosa dentro de mim. Só para me reconectar com o lugar. Me apeguei a Serra, mas tudo bem. Paixões bonitas são aquelas que chegam e marcam. Mas estou indo conhecer outras Serras, o lado bom das paixões é poder ter várias.