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- Giro Consciente: Eleições 2016 - Entrevista com o Candidato Magnus
Postado por: Giro do Wal
terça-feira, 27 de setembro de 2016
ENTREVISTA
– CANDIDATOS A PREFEITO DE CAXAMBU – ELEIÇÕES 2016
Olá
senhor Magnus, como vai? O blog/site Giro do Wal, o qual tramita no
âmbito do entretenimento, além de ser o mais acessado e popular do segmento em
Caxambu, lançou o quadro “Giro Consciente: Eleições 2016” para
divulgação e suporte para os eleitores caxambuenses ficarem a parte das
candidaturas deste ano. Através desta carta, estamos convidado o senhor para
uma breve entrevista que será publicada na web.
1 – Senhor
candidato, por quê você está almejando ser o prefeito de Caxambu, e por quê o
eleitor caxambuense precisa dar o voto de confiança na sua legenda?
Para mim, ser candidato não é um desejo ou
vaidade pessoal. Defendemos um projeto construído coletivamente e que propõe
uma forma diferente de governar Caxambu. Ouvimos atentamente alguns
candidatos na tentativa de compor uma aliança. Infelizmente o que nos foi
apresentado foi um pedido de apoio a candidaturas, e a adesão a ideias que nem
de longe compartilhávamos. Na impossibilidade de composição o Partido dos
Trabalhadores decidiu por unanimidade lançar uma chapa própria. A escolha
recaiu em mim e aceitei como missão partidária. Optamos também por ter como
Vice a profª Lúcia Vieira, oque não só valoriza a necessária presença da mulher
na política mas que engrandece a chapa com sua lucidez, coerência e espírito
combativo. Pedimos o voto do eleitor porque nosso passado e nossas propostas
nos credenciam a isso. Fazemos uma campanha ouvindo o eleitor e é assim que
pretendemos administrar a cidade: chamando o cidadão a participar da decisões
que afetam sua vida.
2 –Caxambu é a
maior estância hidromineral do planeta. Quais metas serão adotadas para a
divulgação das águas, da marca e cidade no cenário nacional e internacional?
Desculpe! Caxambu não é a maior estância
hidromineral do planeta. Poderia até ser. Tem tudo para ser. Mas não é! Temos a
maior diversidade de fontes do mundo. Isto é um presente da Natureza ou de
Deus, como queiram. Nossos antepassados construíram um belo Parque em torno
dessas fontes. Construíram hotéis e uma linda cidade. Recebemos príncipes,
presidentes, intelectuais, a seleção brasileira! Isso é uma belíssima história.
Mas há muito vivemos do passado. Pior, diariamente assistimos passivos a
destruição de nosso patrimônio. É preciso, sim, divulgar nossas águas e nossa
cidade. Mas é preciso remodelá-la. Nenhum marketing, por mais agressivo e bem
feito que seja, será capaz de mascarar nossa realidade. Reconstruindo nossa
cidade, transformando-a em uma grande estância hidromineral que respeite o
meio-ambiente, que trate com dignidade sua população e receba respeitosamente o
turista, a divulgação se fará por si mesma. E aí teremos condição de mostrar ao
mundo a nossa marca e a nossa cidade. Essa é uma tarefa coletiva.
3 – O turismo é a
principal fonte de arrecadação da cidade. O Governo Federal e Estadual contam
com programas, projetos e verbas destinadas as cidades turísticas. Quais serão
os seus planos para o setor e parcerias com os poderes públicos?
Por diversas vezes, em conversas com os
Deputados que nos apoiam ou visitam, e publicamente em saudação ao Governador
Fernando Pimentel, cobramos uma política específica para o turismo nas
Estâncias Hidrominerais. Um verdadeiro PAC como o que foi apresentado para as
Cidades Históricas. Para essa reivindicação ganhar força precisamos incorporar
as demais cidades do Circuito das Águas nessa luta. Temos que defender com
tenacidade os interesses de Caxambu mas temos também que pensar mais
amplamente. Verbas isoladas podem até ajudar mas não resolvem os problemas por
que passam quase todas as estâncias. A Codemig deve ser instada a participar
mais ativamente dos empreendimentos em Caxambu. Temos o apoio de Deputados que
compõem a base de sustentação do Governo de Minas. Temos o apoio de todos os
secretários desse Governo. Temos o apoio do próprio Governador Pimentel, nosso
companheiro de Partido e vencedor das eleições em Caxambu. Vamos aproveitar
esses canais e cobrar a atenção que nossa cidade e região merecem.
4 – Caxambu conta
com alguns PSF´s, Policlínica, Farmácia Popular e mais recente o SAMU. Como
você avalia o funcionamento destes, os problemas e quais serão as suas soluções
e realizações na área?
Para nós deve ser priorizada a saúde
preventiva. Com essa preocupação evita-se que muitas doenças se instalem ou se
agravem. Importantíssimo para isso é o trabalho das equipes da ESF. (Estratégia
da Saúde da Família.) Essas equipes ligadas aos PSFs ainda não cobrem 100% da
cidade. Em tempos difíceis com o governo golpista congelando os gastos com
Saúde e Educação, sabemos que será difícil ampliar o número dessas equipes. Mas
precisamos rever a política de saúde efetivando a triagem dos casos priorizando
o atendimento básico para evitar que a Policlínica e o Hospital fiquem
sobrecarregados e deixem de prestar serviço de qualidade.
5 – O Hospital de
Caxambu é a principal instituição na área da saúde caxambuense. Passou por
sérios problemas financeiros que levaram ao seu fechamento temporário, mas
depois, voltou ao seu funcionamento. A Prefeitura é a maior repassadora de
recursos para o seu funcionamento. Como você avalia a atual parceria e suas perspectivas?
A crise do Hospital continua.
Recentemente, segundo nos informou o gestor do Hospital, todos os médicos
pediram demissão. O problema é complexo, crônico e não se restringe unicamente
ao Hospital. Nenhuma instituição dessa natureza sobrevive sem o apoio da
Comunidade. Se observarmos na Região, veremos hospitais que superam as
dificuldades e funcionam bem. É o caso de Baependi, Cruzília e Aiuruoca. Em
todas essas cidades o hospital conta com o suporte da comunidade local e até de
outras cidades. Inúmeras famílias de Caxambu pagam carnês do hospital de
Baependi. Para nós, trata-se de uma questão de credibilidade e transparência.
Ninguém investirá em uma instituição se esta não demonstrar cristalinamente
onde e como está empregando seus recursos. Nosso poder
público não prima por isso. A antiga entidade mantenedora também não. A
população, por sua vez, não se sente confiante para investir e carreia recursos
para outros lugares. É lógico que existem outros problemas mas esse nos parece
fundamental.
6 – O Parque das
Águas é o nosso maior patrimônio, seja ele histórico, político e social da
cidade. Palco de visitação de turistas e nativos, de eventos e encontros. Quais
medidas serão tomadas para o seu funcionamento, preservação e realização de
eventos?
Nosso Parque das Águas pertence à comunidade caxambuense e a ela deve
ser devolvido. Alguns falam em privatizá-lo. Há muito ele funciona como uma
propriedade privada pertencente ao Prefeito de plantão, que nele manda e
desmanda sem dar ouvidos ao seu legítimo dono. Assim foram construídas
verdadeiras aberrações como o labirinto que só serve para Deus sabe o quê. Propomos, entre outras medidas, rever a
administração do Parque das Águas tornando públicas suas contas, criando um
Conselho Gestor com comprovada capacidade técnica e garantindo a participação
da comunidade. Além disso, pretendemos estimular atividades diversas no Parque
visando saúde e qualidade de vida. Para isso será preciso otimizar a
infraestrutura interna do Parque, aproveitando melhor os espaços existentes,
para atender com maior qualidade seus visitantes;
7 – No passado,
Caxambu contou em sua agenda com grandes eventos e congressos em seu calendário.
Festival de Cinema, Festival de Férias, Festival da Água no 3º Milênio,
Caxambuteco, Rock na Rua, ANPED, AMPOCS e muitos outros. O que você atribui o
fim destes e quais serão as suas metas para o resgate e criação de novos
eventos?
Congressos como o da AMPED, que tem sido
realizados em Caxambu, precisam ser recuperados para nossa cidade. Os que
voltaram, como o da AMPOCS, precisam ser tratados com carinho e atenção para
que não saiam daqui. Temos ainda que buscar outros junto a Universidades,
Associações, Sindicatos e Clubes de Serviço. Já quanto aos eventos promovidos
pela comunidade, a história tem que ser outra. A Prefeitura e também a Câmara têm
que, primeiramente, incentivar essas iniciativas (o que dificilmente acontece).
Além disso precisam se colocar como parceiras importantes na realização desses
eventos. Não cabe à Prefeitura a exclusividade na realização de eventos e shows
na cidade mas ela pode participar como colaboradora. O que aconteceu foi
exatamente o contrário. Muitas vezes a administração municipal não incentivou e
até colocou empecilhos para que os eventos se realizassem. Caxambu precisa de
um calendário de eventos que se tornem a marca de nossa cidade. O Festival Internacional
do Circo poderia ser essa marca, sem dúvida.
8 – Uma sociedade
sem cultura fica a margem do ostracismo e atrasada. Caxambu conta com grupos de
congadas, danças, foliões de reis, artistas plásticos e dos mais variados
meios. Para você, qual é o valor da cultura para a cidade e seu posicionamento
durante o seu mandato?
Consideramos
como Cultura tudo que é criado, construído pelos homens e mulheres em seu
espaço social. Cultura é uma manifestação imaterial que deve ser valorizada e preservada.
Por tudo isso podemos afirmar que nossa Cultura é nossa identidade. É nossa
Cultura que define quem somos, o que pensamos, como interagimos com a natureza,
como nos organizamos, enfim, como vivemos.
Assim como os turistas vêm a Caxambu
atraídos por suas riquezas naturais: águas, ar puro, espaços verdes e flores,
também vêm em busca de nossa cultura. Nossa culinária, música, nosso jeito de
ser também atraem visitantes. Cariocas e paulistas, nossos mais frequentes
turistas, vêm a Minas em busca da mineiridade. Caxambu, às vezes na ânsia de
ser uma cidade mais cosmopolita se esquece de que sua identidade mineira é seu
maior charme. Precisamos preservar a todo custo nossa mineiridade. Podemos ser
antenados com o que acontece no mundo mas não podemos esquecer nossas raízes.
9 – Você acredita
que a atual frota de veículos da Prefeitura consegue atender as necessidades do
município? Pretende ampliar ou algo a mais?
Caxambu recebeu nos últimos anos muitos
veículos dos Governos Federal e Estadual. Inclusive máquinas pesadas, ônibus
escolares e ambulâncias. Talvez essa seja uma área em que a cidade esteja bem
equipada. Mas a frota sofre desgastes, decorrentes do uso e precisa sempre ser
renovada. Precisamos estar atentos a isso.
10 – Há muitas ruas
e bairros na cidade que precisam ser pavimentadas e construção de rede de
esgoto. Qual será a sua atuação para o atendimento desta realidade e a sua
importância para os caxambuenses?
Talvez a marca mais negativa de Caxambu
hoje seja a de seus buracos. Centro e bairros encontram-se em estado precário.
Isso evidencia o descaso com a cidade. Já seria deplorável para o cidadão
transitar por ruas nesse estado. Mas nossa cidade vive do Turismo. Visitantes
que aqui chegam encontram um cenário nada agradável. Ao saírem levam uma
péssima impressão da cidade e divulgam o que veem. Isso não ajuda em nada a
reputação de Caxambu. Quanto ao esgoto é preciso verificar e fiscalizar o
trabalho da Copasa. Observamos que é precário e ineficiente o sistema de
captação de águas pluviais tanto nos bairros como no Centro. Em frente ao nosso
maior hotel ocorrem inundações a qualquer chuva mais forte. Isso precisa ser
resolvido com urgência.
11 – Caxambu conta
com inúmeras instituições de educação infantil, entre creches e escolas. Em
algumas outras gestões, as crianças estudaram com material da Positivo, materiais
e uniformes foram distribuídos gratuitamente, além do prêmio de “Melhor Merenda
do Brasil”. Como você avalia o cenário educacional caxambuense, a situação dos
prédios e o que podemos esperar do seu governo?
Educação tem que ser prioridade de
qualquer governo. Pretendemos para Caxambu o título de Cidade Educadora. Isto
é: uma cidade que cuide com toda atenção da educação formal, nas escolas e
creches mas que também esteja se educando para viver a cidadania plena. “Mestre
é aquele que, de repente, aprende”, disse Guimarães Rosa. E todos nós
precisamos de alguma forma rever nossos conceitos. Isso é, em última análise se
educar. Quanto às nossas escolas elas precisam de atenção constante e muitos
investimentos. Penso que o próximo Prefeito encontrará problemas já que o
(des)governo golpista instalado no país propõe congelamento com os gastos na
educação. Nossa cidade vive de repasses dos governos federal e estadual, então as
previsões não são boas.
12 – Caxambu já
revelou muitos talentos no Esporte em geral. Contamos com dois poliesportivos e
quadras. Você classifica em que grau o Esporte pode contribuir para a formação
da sociedade? E qual será a atuação da Prefeitura no apoio dos atletas, na
inclusão de crianças e jovens para aprendizagem de modalidades e eventos na
área.
Há
alguns anos a maior reivindicação de moradores era a construção de uma quadra
esportiva em seu bairro. Ainda existe essa demanda em alguns desses bairros. O
Trançador, por exemplo, ainda luta por esse espaço para seus jovens. É preciso
atender urgentemente atender essa necessidade. Mas somente construir quadras
não é o suficiente. Observamos que muitas quadras nos bairros estão
abandonadas, vazias, sem atividades esportivas. É que falta um programa
sistemático de incentivo ao esporte e atividades físicas nos bairros. É preciso
que cada espaço esportivo ganhe o monitoramento, preferencialmente de alguém do
local para que ali se possa desenvolver a prática sadia e organizada dos mais
diversos esportes.
Essa
é uma forma eficaz inteligente e humana de ocupar as horas de lazer de nossa
juventude.
13 – Entendemos que
a Câmara Municipal e o Prefeito precisam caminhar juntos. Quais são suas expectativas de um com o outro, e sua meta para o trabalho conjunto?
Executivo e Legislativo municipais são
poderes autônomos mas interligados e que, por isso mesmo, têm que ser
harmônicos. Cada um desses poderes tem o seu papel claramente definido.
Portanto, teoricamente não deveria haver conflito. Porém, esses poderes são
também políticos. Alguns prefeitos se dizem administradores, se definem como
técnicos. Podem até querer dar um tratamento mais técnico aos assuntos. Mas seu
cargo é político. Portanto têm que resolver as questões politicamente. Mas é
preciso ter bem claro que Política no seu sentido mais clássico tem que ser
exercida com diálogo, ética e respeito. É dessa forma que pretendemos governar.
Dialogando, respeitosa e eticamente.
14 – Caxambu já foi
um dos nomes mais fortes do Carnaval de interior do Brasil. Com o passar dos
anos, o prestígio caiu e afugentou os foliões. Qual seu plano para resgatar o
prestígio e voltar a ter uma das melhores festas de Minas Gerais?
Nosso Carnaval precisa ser repensado não
só na sua forma, mas também quanto no papel da Prefeitura. Atrair milhares de
pessoas, colocá-las de qualquer jeito em nossas ruas, comprometendo a
segurança, a higiene e o sossego de moradores e turistas não parece ser exemplo
de um bom Carnaval. Talvez esse modelo agrade a muitos, mas também vais
desagradar a outros tantos. Deixar a cidade sem nenhuma festa, sem movimento
também não é uma boa solução. Qual é o papel da Prefeitura? Este ano diziam que
não ia haver Carnaval porque a Prefeitura não ia fazer nada. Isso é um absurdo.
É mais uma distorção provocada pela centralização administrativa. É o resultado
da “prefeiturização” que tanto combatemos. Para nós o Carnaval é uma festa do
povo, um evento e o papel da prefeitura é o de ser parceira, de contribuir com
a segurança, limpeza e fiscalização. Ela não é a promotora do evento. Numa
sociedade democrática tudo isso de ser discutido com o cidadão.
15 – Qual a sua
mensagem para o eleitor caxambuense?
Estamos ouvindo atentamente o que diz a
população de Caxambu. Há uma unanimidade na insatisfação e no desejo de
mudanças. Mas nosso eleitor começa a perceber que não basta mudar as pessoas no
poder; é preciso mudar a maneira de se exercer o poder. Para nós, a
reconstrução de Caxambu passa pelo fortalecimento do conceito de Cidadania e
pelo sentimento de Pertencimento. Esse será um trabalho coletivo e não de um
iluminado. Esse é também o principal ponto de nossa proposta: Resgatar a
verdadeira Cidadania por meio de um governo participativo. Todos os outros pontos
decorrem dele.


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