terça-feira, 16 de agosto de 2016
"Antes dela vir ao mundo os Deuses disseram-lhe: Elke, você vai o mundo para ser feliz e amada por muita gente, mas também irá ver e viver de um tudo. E perguntaram-lhe: Você aceita? e Ela respondeu: Aceito, crianças amadas!
Talvez sem dúvidas Elke Maravilha é a estrangeira mais brasileira de todos os tempos! Sim, para quem não sabe a "figura" chegou ao nosso país com apenas 6 anos de idade vinda da Rússia, seu país de origem. Não queria seguir carreira artística e era grata apenas por dar suas aulas língua, pasmem, a madame falava 8 línguas fluentemente. Começou a modelar aos 24 anos por ter uma beleza exótica para os padrões brasileiros. Trabalhou com os maiores estilistas da época.
A "louca" chegou a Tv em 1972 no programa do Chacrinha, o painho, a quem sempre declarou seu amor profissional e respeito. A cada aparição, Elke enchia a televisão de cores e alegria em tons de risadas arrepiantes de gostosas. Com personalidade forte e declarações polêmicas, ela foi única e irreverente até seu último dia de vida.
Ser diferente, não, ser Elke Maravilha! A diva era a irreverência em pessoa. Uma mulher a frente do seu tempo e dos demais. Seus figurinos e comportamento chamavam atenção por serem muitos pomposos, maquiagem carregada e exuberante e perucas das mais diferenciadas. Suas palavras sempre foram de superação, alegria e muito amor. Nunca escondei seu apreço pela raça negra e desejo por ter cabelos crespos.
Não me recordo bem quando foi a primeira vez que a vi na tv, mas sei que ali nasceu um amor inexplicável que irradiava muita luz, assim como ela iluminava seu carisma com o público e fãs! Dizia que as pessoas deviam viver até os 60 anos e que depois faziam hora extra na Terra. A passagem para o céu, seria brincar de outra coisa. Imagina só, a festa desordenada que está no céu neste momento.
Elke era atriz, modelo, apresentadora, cantora, poliglota, autêntica, mulher, defensora, única, humilde, fina, completamente maravilha. A loira defendeu e representou as mulheres, as crianças, as prostitutas, os torturados pela Ditadura, a classe artística, os pobres, a classe LGBT, os negros e lutou pela liberdade de tudo e todos.
Para nós seus fãs, dói de mais essa sua partida repentina. A senhora deveria ter feito mais hora "extra" nesta terra que tanto de ama, admira e aprendeu muito com o sei jeito de ser, viver e levar a mensagem para as classes oprimidas e pobres de espírito.
Obrigado por existir, por ser nossa brasileira e por ser Elke Maravilha - Uma Diva de Mil Cores!
“Eu quero é conviver! A grande arte não é viver, é conviver"!
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