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- Crônicas Azuis - por João Bennett
Postado por: Giro do Wal
quarta-feira, 23 de outubro de 2013
- Morgana, Caco e Samanta -
Era um pé de pimenta e um bonsai. As recomendações foram
específicas aos dois: “aguar duas vezes por dia com uma quantidade média de
água. Uma de manhã e a outra na metade da tarde. Deixa pegar bastante sol e
nada de sereno, tá?”
Acontece
que o sereno mata o bonsai.
Bonsai
não, Morgana. O nome da planta é Morgana, foi presente de um amigo cambojano.
Conheceu esse cara em um pub na Irlanda. E não, ela não vem de família rica.
Aqui no Brasil trabalha como Freela. Tira fotos e escreve reportagens para o
jornal local, faz book de 15 anos, serve mesas em alguns finais de semana.
Quase um pau para toda obra.
Ela é
praticamente uma pioneira do interior. Foi a primeira a ter dreads e a primeira
a raspar a cabeça, fez isso, inclusive, antes que a menina da novela pensasse
em levar a maquina na cabeça. Acho que é certo afirmar que seu lema de vida é
work and travel, não necessariamente nesta ordem.
Coragem
nunca faltou, coloca as coisas na mochila e sai. Geralmente só compra a
passagem de ida. Gosta de afirmar que a vida não tem muito dessas coisas de
planos. “A gente nunca sabe onde um sim, ou um beijo, podem nos levar”.
Dessa
vez está partindo para a Tailândia.
Disse
que quer aprender a meditar e ver como são as competições de Muay Thai. Se você
recebe o convite para adentrar em seu apartamento de quatro cômodos, se sente
penetrando em uma outra dimensão. A decoração vem de todos os lugares em que já
esteve. Pequenos souvenirs, tá talvez não sejam todos assim tão pequenos,
levando em conta o baú que trouxe do caribe e os chifres de alce que ganhou no
Canadá. As prateleiras estão sempre levemente empoeiradas, é que ela não passa
tanto tempo assim em casa.
Algumas
plantas na varanda e sempre pede pro vizinho do 303 vir molhá-las. Na verdade
eu desconfio que ele passa mais tempo lá do que ela. Dessa vez só teve
indicação de como tratar as mudinhas. É que a samambaia já tá bem crescida e o
caco, o cactos, não requer tanta atenção assim.
João Bennett um quase goiano, quase ator, quase escritor, quase legal. Tenho direito de permanecer em silêncio, tudo que eu disser pode, e será, usado contra mim.
* Confiram mais em : http://cronicasdoquartoazul.blogspot.com.br/
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