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- Coisas de Novela - A Próxima Vítima, a maior história policial do horário nobre!
Postado por: Giro do Wal
quarta-feira, 11 de setembro de 2013
“A próxima Vítima”, um grande sucesso do horário nobre da Rede Globo que mobilizou o país durante sua exibição entre março e novembro de 1995.
Há 18 anos, Sílvio de Abreu em sua segunda novela do horário nobre, apresentou uma trama que unia romance, traições e muito suspense. A novela policial levava ao público três questões que ficou presente na mente dos espectadores: Quem matou? Por quê? E quem é a próxima vítima? A única pista que o público tinha a respeito do assassino era que ele dirigia um Opala preto.

Apesar do casamento com Francesca, do envolvimento com Ana, Marcelo ainda é amante de sua sobrinha Isabela (Claudia Ohana), uma jovem frívola, ambiciosa e manipuladora. Isabela é a queridinha da tia, Filomena (Aracy Balabanian) uma mulher que mantêm os negócios com mãos de ferro.
Filomena é casada com Eliseo (Gianfrancesco Guarnieri), um homem submisso, constantemente humilhado pela esposa. Além da vida de Eliseo, Filomena tenta comandar a vida de Carmela (Yoná Magalhães), mãe de Isabela, que foi abandonada pelo marido Adalberto (Cecil Thiré). Além dos problemas já existentes a confusão na mansão dos Ferreto só aumenta com a chegada de Romana (Rosamaria Murtinho), irmã de Francesca, Filomena e Carmela, que volta a cidade acompanhada de Bruno (Alexandre Borges) seu suposto filho adotivo que na verdade é seu amante.

A partir de então várias mortes sem aparente conexão começam a acontecer, sendo que antes de morrer todos recebiam uma lista do horóscopo chinês. Com a morte de Hélio, sua filha Irene (Viviane Pasmanter) -uma estudante de Direito - resolve investigar o caso por conta própria e descobrir quem é o assassino e quem será a próxima vítima.
As vitimas que receberam a lista do horóscopo chinês foram: Hélio, envenenado por um uísque na sala de um aeroporto; Júlia (Gloria Menezes) que teve seu carro fechado pelo assassino que saiu do Opala e deu-lhe alguns tiros; Paulo Soares/ Arnaldo Roncalho (Reginaldo Fárias) que morreu atropelado; Leontina (Maria Helena Dias) que teve a sela do cavalo afrouxada, caiu e morreu ao bater a cabeça numa pedra; Josias (Jose Augusto Branco) que foi empurrado na linha de trem; Yvete (Liana Duval) foi morta a pauladas; Cléber(Antônio Pitanga) que foi empurrado no poço de um elevador; Ulisses (Otávio Augusto) morto na explosão do depósito de gás da pizzaria de Ana e Eliseo (Gianfrancesco Guarnieri), morto por asfixia por monóxido de carbono após ser atingido por uma coronhada.

Apesar do enfoque da novela ser policial, o autor apresentou questões sociais através de outros personagens. Entre as tramas paralelas estava a história de amor envolvendo a família de Juca (Tony Ramos). No ínicio da novela, Juca era apaixonado por Ana, amante de seu meio irmão Marcelo, mas depois o personagem se envolve com Helena (Natália do Vale). Ela por sua vez, é mãe de Irene, que se envolve com o caminhoneiro Zé Bolacha (Lima Duarte), pai de Juca. Juca, Helena, Zé Bolacha e Irene formavam um quadrilátero amoroso que movimentou a trama.
Outras questões sociais que formavam as tramas paralelas foram o homossexualismo e o preconceito. O preconceito racial foi apresentado através da família Noronha: Cleber era um contador de várias empresas casado com Fátima (Zezé Mota) uma excelente mãe e profissional, que cuidava dos três filhos: Sidney (Norton Nascimento) que era bancário, Jefferson (Lui Mendes) estudante de direito e Patricia (Camila Pitanga) que sonhava em ser modelo. A família de Cléber era considerada pelos telespectadores um exemplo a ser seguido.

Além de debater o homossexualismo e o preconceito racial, a novela abordou as relações com diferença de idade através da personagem Carmela (Yoná Magalhães) e Adriano (Luigui Palhares) e Irene e Zé Bolacha. Foi abordada a prostituição por vocação através da personagem Quitéria Quarta-Feira (Vera Holtz), uma mulher de bem com a vida que não faz da prostituição um drama. Outro tema foi as drogas,o autor abordou as dificuldades que os ex –usuários tem de ficar longe das drogas, o personagem Lucas (Pedro Vasconcelos) mostrou o dia a dia daqueles que tentam largar os entorpecentes.
Com inspiração na artista plástica Yvone Bezerra de Melo, o autor abordou através do personagem Júlia, a questão do abandono de crianças em ruas do país, levando os telespectadores a questionar o tema.

Em uma das cenas marcantes da novela, Isabela é flagrada por seu noivo Diogo, minutos antes de seu casamento, na cama com Marcelo. Sem pensar duas vezes, Diogo arrasta Isabela diante dos convidados e a espanca. Em outra ocasião, Marcelo flagra Isabela com Bruno e a esfaqueia, deixando uma enorme cicatriz no rosto. Apesar de Isabela ser uma vilã, Membros do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher não viram com bons olhos a situação e disseram se tratar de uma incitação ao machismo.
Sílvio de Abreu fez uma homenagem a seu tio ao criar o personagem Zé Bolacha e revelou que se o ator não pudesse fazê-lo, a trama perderia um personagem importante. Lima Duarte transformou seu personagem em uma figura simpática que o público logo adorou. Além de Lima Duarte, o núcleo de Juca, tinha outros dois personagens interessantes, Nina (Nicette Bruno) uma senhora solteirona e ranzinza e Vitinho (Flavio Migliaccio), todos com típicos sotaques paulista. Já Juca era um personagem tão querido que foram abertas duas bancas no Mercadão de São Paulo com o nome “Banca do Juca”.
A novela também teve dois bordões que caíram no gosto do público: Carina gritava “Socorro” toda vez que se decepcionava ou se irritava e foi inspirado na filha adolescente do autor. O outro bordão ficou para Vitinho que tinha uma maneira peculiar de se referir a Helena: ”A bonitona do Morumbi”.
Por ser ambientada em bairros tradicionais de São Paulo, a equipe de cenografia da novela teve como refêrencia alguns pontos do bairro do Bixiga e Mooca e a cidade de Nápoles, havia uma pracinha típica da cidade italiana. Pela primeira vez foi utilizada uma técnica americana que envolvia madeira, tela e argamassa, dando maior acabamento e durabilidade as obras. As primeiras cenas da novela, onde Marcelo e Ana viajam em lua de mel foram gravadas na Costa Amalfitana, na Itália.

A trama teve duas trilhas sonoras habituais. A trilha nacional tinha na capa a atriz Camila Pitanga e teve os sucessos “Pacato Cidadão” do Skank, “Sereia” de Lulu Santos, “Pareço um menino” de Fábio Junior e “Vítima” na voz de Rita Lee. Já a trilha internacional tendo Selton Melo na capa teve musicas de Jim Groce, Bobby Ross Avila e o sucesso “Holding on to you” de Terrence Trenty d’Arby, que era tema de Bruno e Isabela.
Conforme a trama corria e chegava aos seus capítulos finais, o interesse da mídia pela novela chegou ao ápice para descobrir a identidade do assassino. Para impedir que o final fosse revelado foi cogitado exibir a revelação do assassino ao vivo, mas foi descartado. As cenas que apresentava o assassino foram gravadas as 19 horas e o capítulo foi ao ar 20h30, devido a isso, informações preciosas não chegaram a ser divulgadas.
Para driblar a imprensa, Sílvio de Abreu pediu a Cláudia Raia, quatro dias antes do fim da novela que comparecesse ao set de filmagens no último dia de gravação, já maquiada e vestida, para gravar a última cena da novela, onde seu personagem seria assassinado, dando origem a um novo mistério. Os atores ficaram sem entender nada e foi especulado se o personagem teria algo a ver com o crime central da trama.

O último capítulo teve 62 pontos de audiência, com picos de 64 e a novela foi vendida para mais de 20 paises. Para a exportação, Sílvio de Abreu fez algumas modificações para manter a história coerente e outros finais foram exibidos. Entre eles o exibido na reexibição da novela em 2000 no Vale a Pena Ver de Novo, onde o assassino era Ulisses.
A trama ganhou três prêmios da APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte) nas categorias melhor novela, melhor atriz e melhor ator coadjuvante.
"A Próxima Vítima", escrita com a colaboração de Alcides Nogueira e Maria Adelaide Amaral, foi produzida em 203 capítulos, e sem duvida é uma das melhores obras policiais já vista.
* A trama voltou a ser exibida no canal Viva de segunda a sexta às 16h15 .
Agradecimentos ao site "Oplanetatv" e leia mais em: http://oplanetatv.clickgratis.com.br/colunas/bau-da-tv/a-proxima-vitima-a-maior-historia-policial-do-horario-nobre.html#ixzz2ehptvAeG
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